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quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Secret Sunshine é comentado pela crítica americana

O Filme de Drama "Secret Sunshine" é bastante elogiado pelo jornal americano The New York Times. O Filme concorreu como melhor filme estrangeiro e de melhor lingua , mas não venceu , levando apenas o prêmio de melhor atriz , venceu a jovem Jeon Do yeon.


Recentemente os Distribuidores ficam lançando filmes que são divulgados aqui no GI

Quem sabe alguma empresa não leia esta matéria e analize o filme para lançar em DVD para 2011.

Secret Sunshine Trailer Oficial:



Leia a Critíca:
1) Shin-ae se muda com seu filho à vila de origem de seu falecido marido, para recomeçar uma vida do zero. A vantagem, segundo ela, é que “ninguém a conhece” neste novo lugar. No entanto, é justamente à todos que ela conta sua vida, suas ambições, sua situação financeira confortável... Shin-ae confia nas pessoas, na amabilidade alheia. Sua ingenuidade leva a tal cobiça dos moradores de Milyang que seu filho é sequestrado e assassinado.
2) Sua fuga à essa segunda morte vem com a religião. Shin-ae “encontra Deus”, freqüenta cultos catárticos em que sua dor e seus gritos se misturam aos de tantos outros. Para se purificar, ela decide perdoar o assassino de seu filho. É quando ela descobre neste homem encarcerado alguém que também descobriu Deus, e que teria sido perdoado pelo Senhor há muito tempo. Surpresa: como ela poderia aceitar o mesmo Deus que perdoa um assassino antes que ela mesma o faça?

3) Shin-ae nega a humanidade. Ela se vira contra a religião, contra a família, e principalmente contra si mesma.

Secret Sunshine segue essa longa trajetória de auto-destruição. A história da protagonista piora à cada cena, e sempre por ações provocadas por ela mesma. Essa personagem, freqüentemente sozinha, precisa sempre contar com os outros, precisa encontrar nos outros uma ajuda. No primeiro terço do filme, ela acredita na bondade dos homens, e nesta parte tão negra e cínica da história, ela vira alvo de inveja, raiva, deboche.

Logo, descrente dos homens, ela passa a confiar no Deus que também a trai. Fantástica a cena em que ela encontra o assassino feliz, forte, dizendo “ah, Deus já me perdoou faz muito tempo!”. Ela, que esperava ser pura ao perdoar um ser execrável, encontra um homem bom; e isso lhe é inaceitável. Seu rosto vai, em minutos, da paz ao tormento.

Embora o filme inteiro se debruce sobre Shin-ae e sobre sua história particular, é bem sobre os fatos determinantes de sua história que se constrói a força de Secret Sunshine, ou seja, sobre as pessoas que a cercam. É de grande complexidade o retrato de cada um dos coadjuvantes: a cabeleireira que despreza Shin-ae e mesmo assim se transforma em amiga próxima; o assassino que é também um pai preocupado (e que tira a vida do filho alheio); sua filha, ingênua e carente, espelho da protagonista.

Cada ação deste grande grupo de personagens é mostrada com uma naturalidade impressionante, e não me lembro quando foi o último filme em que vi o espaço ser tão bem aproveitado. As ruas, a escola, as lojas, as publicidades... Shin-ae que chora em frente a um anúncio do McDonald’s, ou ainda o momento em que ela descobre o seqüestro do filho enquanto um amigo canta alegremente no karaokê. O filme de Lee Chang-Dong é inteiramente construído nessas ironias, nesses cinismos e banalidades que fazem do contexto algo tão plausível. A dor da heroína nunca é idealizada, os moradores de Milyang nunca viram símbolos ou arquétipos do mal, do bem, do perverso ou que quer que seja: são todos tristemente realistas.

Esse retrato de uma vida possível, de seres humanos tão “corrompidos por natureza” (embora insconscientes disso) é uma das boas qualidades deste filme. Shin-ae vem costurar todas essas histórias, experimentar a aceitação e o desprezo dos homens e de Deus. Embora talvez pareça longo demais rumo à conclusão, é com prazer que se assiste à irônica história desta heroína investida de tantos símbolos (de sacrifício, de luto, de decadência do Homem) num mundo qualquer, feito de gente comum.

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